Utopia

O neoliberalismo nada mais é do que a resposta a um momento político-social do Estado em crise, já que a ideologia capitalista não tinha mais o vigor necessário para apaziguar, entre outras, as pressões reivindicativas do movimento operário.

Contudo, mais do que uma manobra política torpe e corrosiva, o neoliberalismo invadiu países dos quatro cantos do mundo porque foi sustentado por uma ideologia hegemônica, ambiciosa e disfarçadamente autoritária, capaz de disseminar a ideia de que “não há alternativas para os seus princípios”. É, parece que hoje a consciência social pende para outro viés. A desigualdade deixou de ser um valor positivo ideologicamente; a saga do movimento operário finalmente colhe frutos: o PT está no poder.

Apesar de “avacalhado”, o neoliberalismo e sua pregação anti-social sofreram ataques que indicaram o “estado de avanço das organizações da sociedade civil”. Agora, mesmo com os opositores no comando – como quase podiam prever os historiadores –, vemos os sintomas da dessolidarização social para com as causas populares, ainda que camuflados, afinal, onde está o pensamento progressista nas atuais políticas populistas do presidente Lula?

É certo que houve um avanço polítco em todos os níveis, porém, no social, a ideologia carece de reformulações para não se fazer contraditória ou inviável. Acreditemos na Educação, por meio da qual as ideias ganham voz, o conhecimento pode ser compartilhado, discutido e repensado para que a organização social e política realmente funcione e seja articulada em favor do progresso que possa, ao menos, tentar atingir todas as esferas sociais.


GENTILLI, P.; SADER, E. (orgs.). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.9-28.

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