Je m'appelle Elisabeth

Até às 23h45 de ontem, Die Welle (A Onda) teria sido um dos melhores filmes que vi este ano. Fico extremamente vulnerável à vulnerabilidade medíocre do ser humano –— categoria na qual certamente me incluo. O inestimável poder de uma ideologia bem articulada, na qual todos possam se ver refletidos e acolhidos, revela uma assustadora percepção da (im)previsibilidade humana. Infinitas lacunas a serem preenchidas com o vazio. Haro, a personagem "rebelde", quase poderia ser meu novo ídolo, não fosse pelo acaso inusitado de um filme que veio até mim e persistiu, sem esforços, em ocupar o primeiro lugar do meu ranking anual de cinema. Betty, uma encantadora menina de 10 anos, me fez recuperar algumas sensações outrora perdidas em meio à insanidade subjetiva do doloroso viver. Sei que a sua dor não pode ser a mesma que a minha, Fernando Pessoa já me disse, mas sinto-a com tamanha intensidade que não há de ser fingimento. A criança e o louco, talvez os maiores sábios da vida. Eu me chamo Elisabeth, o ensinamento para guardar no coração, para lavar a alma, para parecer-se ao mundo no sentimento de entrega.

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