Lembrança de Itacaré-BA
O inspetor não gostava de viajar. Queria ter uma rotina, ver sempre as mesmas pessoas, sentir-se confortável com seu eu-comum, sem ter que lidar com o desconhecido. Porém a profissão lhe obrigara a viajar constantemente. Conheceu o Barão e então a viagem fez sentido. (O Barão, Branquinho da Fonseca).
Há quem viaje para esclarecer a sensação de pertencimento ao mundo, para se encontrar no outro, para sentir que está compartilhando a vida com o todo. Eu sempre gostei de viajar, mesmo sem saber ao certo a razão. Gosto de me sentir próxima da minha família em nossas viagens de férias; gosto de descobrir diferentes modos de vida, de entrar em contato com o "eu" ao longe e senti-lo perto. Gosto de me surpreender! Sinto-me, todavia, estranha. Não pertenço a esse lugar. Também não pertenço à minha casa, nem à minha terra. Tão pouco me pertenço. O que eu vim buscar aqui, afinal? Fugir da minha vida, sim, me agrada. Mas gostaria, acima de tudo, de fugir de mim mesma. Outrar-me.
Itacaré é uma cidade simples, pequena, com ruas de terra e casas com pouca tinta. Alguns barquinhos no mar, meninos jogando bola, meninas com o corpo à mostra, 28°C grudando no corpo. Igrejas, música alta, comida caseira requentada, moscas, coqueiros, areia. A mãe tirando fotos, a filha sem saber o quê querer, o irmão mais companheiro, o pai tentando agradar, a avó tranquila. Uma pequena livraria ao lado da pousada chama a atenção. Quem será o dono? Qual é a leitura que está influenciando a cultura local? (Na verdade, o preconceito era tão grande que o simples fato de encontrar uma livraria já foi surpreendente). O local muito charmoso e aconchegante, com um pedacinho de literatura cautelosamente selecionado para atrair os menos curiosos. Escada de madeira, árvores, almofadas coloridas, latidos, uma vendedora atenciosa. Inglesa! Deixou o país há 3 anos para trabalhar como tradutora no Brasil e se encantou com Itacaré. Ela parece morar em uma casinha na árvore. Rede, livros, brownies e notebook são tudo de que ela precisa.
Ela deve ser feliz... Ela pertenca a ela.
Há quem viaje para esclarecer a sensação de pertencimento ao mundo, para se encontrar no outro, para sentir que está compartilhando a vida com o todo. Eu sempre gostei de viajar, mesmo sem saber ao certo a razão. Gosto de me sentir próxima da minha família em nossas viagens de férias; gosto de descobrir diferentes modos de vida, de entrar em contato com o "eu" ao longe e senti-lo perto. Gosto de me surpreender! Sinto-me, todavia, estranha. Não pertenço a esse lugar. Também não pertenço à minha casa, nem à minha terra. Tão pouco me pertenço. O que eu vim buscar aqui, afinal? Fugir da minha vida, sim, me agrada. Mas gostaria, acima de tudo, de fugir de mim mesma. Outrar-me.
Itacaré é uma cidade simples, pequena, com ruas de terra e casas com pouca tinta. Alguns barquinhos no mar, meninos jogando bola, meninas com o corpo à mostra, 28°C grudando no corpo. Igrejas, música alta, comida caseira requentada, moscas, coqueiros, areia. A mãe tirando fotos, a filha sem saber o quê querer, o irmão mais companheiro, o pai tentando agradar, a avó tranquila. Uma pequena livraria ao lado da pousada chama a atenção. Quem será o dono? Qual é a leitura que está influenciando a cultura local? (Na verdade, o preconceito era tão grande que o simples fato de encontrar uma livraria já foi surpreendente). O local muito charmoso e aconchegante, com um pedacinho de literatura cautelosamente selecionado para atrair os menos curiosos. Escada de madeira, árvores, almofadas coloridas, latidos, uma vendedora atenciosa. Inglesa! Deixou o país há 3 anos para trabalhar como tradutora no Brasil e se encantou com Itacaré. Ela parece morar em uma casinha na árvore. Rede, livros, brownies e notebook são tudo de que ela precisa.
Ela deve ser feliz... Ela pertenca a ela.
Comentários
Postar um comentário