Proust e seu livro

De certo o sabia, quem viveu
com a vida e a obra emaranhadas,
que viveu fazendo-as, refazendo-as,
elastecendo-a em tempo e páginas,


que vestiu sua obra, por dentro,
percorrendo-a, viajando em seu barco,
decerto viu que um dia acabá-la
era matar-se em livro, suicidá-lo.

(João Cabral de Melo Neto, Museu de tudo)

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