Fragmento cotidiano

Pra onde vai o que nunca foi? – pensava entre um gole e outro. Tentou juntar os pedaços, fragmentados, e não conseguiu uma peça sequer. O vazio tomou conta de suas veias, quase esvaziando o sentido da vida. Piscou lentamente, respirou.

“Queria tanto aprender a leveza”, lembrou enquanto recuperava o sentido.

Sentidos esvaídos voltaram com peso. Aquela sensação de estar inacabada. Questionava seu rumo. Procurava respostas em diários esquecidos. Revirava o quarto, as lembranças, a memória. Num instante de lágrima, desvaneceu nos devaneios adormecidos.

Acorda! – interrompeu o relógio.


Guardou os pensamentos e fez o café. Sem tempo para um suspiro. Mais um fragmento para a coleção.

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