Percorria tudo com os olhos, o quanto podia, atentamente. Sabia que o tempo seria curto, que ali haveria muito a ser descoberto, aos poucos, talvez, ou nunca. Porque uma variedade de minúcias estava diante de si, mal sabia por onde começar. Arte no ar. As fotos dos autores e cineastas preferidos, pinturas que acalmam a alma, filmes que mudam histórias, e os livros... Este era o retrato de uma personalidade que, mesmo outrora hesitando em ser revelada, não conseguia esconder os traços marcantes e delineadores que lhe são exclusivos. Porque a arte, quando absorvida, passa a fazer parte de nós, dela em especial. E ainda, aquela mesinha cheia de lembranças, carinhosamente apelidada por mim o cantinho da delicadeza. Rastros do além-mar, objetos os mais inusitados. Foi ali que me encontrei. Literalmente. Havia um pedacinho meu. Quanta delicadeza a dela. Tudo o mais era branco, o chão era um labirinto, o vazio parecia preenchido, tal qual era ela, a linha tênue entre o inatingível e ...
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