Sustenida no ar



— Vamos! A noite está tão agradável.

Ele segurou-lhe a mão como se pudesse prever o seu medo de escuro. Aliás, não era a escuridão que lhe apavorava e, sim, o fato dele testemunhar uma fragilidade sua mais obscura do que a noite. Não lhe era comum ter uma companhia tão singela. Silenciaram. Davam passos curtos na areia, contemplavam estrelas, encantavam-se com o ruído do mar. E por que você está aqui? Por que estamos assim? Não me sinto bem. Não me sinto eu. Quero-me de volta. Devolva-me!

— Você me faz pensar em cada coisa...

Deu-lhe um beijo terno e começaram a cantar.


[ If I could really sing (to you): Uninvited, Alanis Morissette ]

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

noite-dia

E agora?